Meus olhos reticentes na janela miram um céu morbido e cinza,
esperam pelo fim de uma chuva que ha muito não passa.
Gotas finas, frias e constantes
Notas agudas para os meus ouvidos,
Navalhas afiadas para minha alma
Encontraram espelho em meus olhos e encheram minha boca de um gosto acre.
Quem dera ser como o ceu, que depois dessa chuva vai se abrir em azul calmaria, mas não sou...
Sua tormenta é finita e eu dolorida e cinza como o céu de chumbo que precede a chuva
De nada me adianta um dia de sol
Olhos secos, alma encharcada.